quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Fábrica de Cerveja e Gelo de Carlos Pinho / Cervejaria Rio Claro / Caracú




Residência de Carlos Pinho, fundador da Cervejaria Rio Claro.
Localizada à Avenida 3 com a Rua 9.

Entre tantas pequenas cervejarias que a cidade teve, como: Steinecker, Emilio Weiss, Pessenda e Bortolai que fabricavam cervejas que eram consumidas regionalmente, foi fundada uma cervejaria com o nome de Fábrica de Cerveja e Gelo de Carlos Pinho, no ano de 1900, pelo Major Carlos Pinho, de ascendência espanhola, em Rio Claro, interior de São Paulo, esta cervejaria hoje desativada tornou Rio Claro conhecida por ser a terra da “Caracu” a mais famosa cerveja preta do país.



Em 25 de janeiro de 1902 a cervejaria foi arrendada pelo alemão Julio Stern, engenheiro eletricista nascido em 1849 tendo chegado ao Brasil em 1874 para trabalhar em estradas de ferro, o que fez durante 20 anos.

Logo a fábrica de cerveja e gelo foi comprada, passou a receber a denominação de Cervejaria Rio Claro e sendo sua razão social constituída pelos sócios: Julio Stern e sua esposa Dª. Emilia O. Stern. Em 1905 a Cervejaria tinha 308 empregados, chegou a ser o segundo maior empregador da cidade, perdendo apenas para as Oficinas da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Recebeu medalha de ouro por sua cerveja na Exposição Nacional de 1908, referente ao 7º grupo (vinhos e vinagres, licores, cervejas e outra bebidas alcoólicas), fato publicado no Diário Oficial da União de 4 de abril de 1909.

Em 14 de maio de 1909 a firma dos comerciantes de Campinas: João Jorge, Figueiredo & Cia. registraram sob o nº 1122 da Junta Comercial de São Paulo, uma marca de cerveja fabricada especialmente para o seu estabelecimento, essa marca era a Cerveja Rio Claro (Estrella d'Oeste) com a inclusão no rótulo dos dizeres "Cerveja da Zona, fabricada especialmente para João Jorge, Figueiredo & Cia".

Em 1º. de junho de 1909 a Fábrica de Cerveja e Gelo de Julio Stern registrou sob os números de 1136 a 1139, na Junta Comercial do Estado de São Paulo as cervejas: Sport, Rio Claro, do Paíz, e a Preta Extrato de Malte.

Em 2 de abril de 1910 foi constituída a Sociedade Anônima Cerveja Rio Claro - Companhia Industrial, com o capital realizado de 630:000$000 (seiscentos e trinta contos de réis) divididos em 3.150 ações de 200$000 (duzentos mil réis), tendo como acionistas: Julio Stern e sua mulher Dª. Emilia O. Stern, Frederico Fiedler Júnior, Jorge Ochlmeyer, João Francisco Ochlmeyer, Jorge Winkler, Paulo Betcher, Ann O. Günther e Luigi (Luiz) Setti. A escritura de constituição foi registrada no Livro de Notas 102 às fls. 159 no tabelião Heliodoro Antonio Costa Ferreira de Rio Claro, Estado de São Paulo. E também foi registrada na Junta Comercial do Estado de São Paulo em 27 de junho de 1910, sob o nº. 1235.

No dia 5 de maio, através do Decreto 7985, a Sociedade Anônima Cerveja Rio Claro – Companhia Industrial é autorizada a funcionar.

A cervejaria montada com todos os aperfeiçoamentos modernos, o que lhe garantia uma fabricação esmerada e higiênica. O maquinismo era movido, parte à eletricidade por dois motores de 25 HP e 15 HP e parte a vapor por duas máquinas, sendo uma de 30 HP e outra de 6 HP. Os serviços de lavagem das garrafas, engarrafamento, arrolhamento e rotulação eram feitos com as máquinas mais modernas. Eram fabricados, anualmente 8.000 hectolitros de cerveja e diariamente se davam ao consumo 10.000 quilos de gelo.
A matéria-prima era importada da Alemanha e da Áustria. O diretor da fabricação era de nacionalidade alemã e tinha longos anos de prática do ramo, sob as suas ordens trabalhavam na fábrica cerca de 70 operários. No escritório, ocupavam-se do expediente 6 auxiliares. Para a venda e propaganda dos seus produtos, mantinha a companhia 4 representantes nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Goiás.

Em 2 de dezembro de 1917, foi feito um requerimento junto à Junta Comercial para o arquivamento da documentação de extinção da Sociedade Anônima Cerveja Rio Claro – Companhia Industrial.

Tendo arrematado todos os bens móveis, imóveis, semoventes e utensílios que constituiam a Sociedade Anônima Cerveja Rio Claro – Companhia Industrial, Oscar Baptista da Costa, o Costinha e sua mulher Dª. Alice Soares da Costa, em 4 de outubro de 1919 constituem uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com escritura registrada no 8º Tabelião de São Paulo no Livro 26, Pags. 64 V. com a razão social de Cervejaria Rio Claro Ltda. com o capital inicial de 300:000$000 (trezentos contos de réis). O contrato social foi arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo sob o nº15586 de 8 de outubro de 1920

Nesta mesma época é comprada a Cervejaria Wagner, situada na Av. Dom Pedro II nº 64, esquina de Benjamin Constant, em Piracicaba, se transformando na primeira filial da Cervejaria Rio Claro.

É registrada na Junta Comercial de São Paulo, em 15 de outubro de 1921, sob o nº 5493 a Cerveja Brasi-Luza.

O Diário Oficial da União publicou em 23 de setembro de 1923 a relação dos premiados na Exposição Internacional do Centenário da Independência ocorrida em 1922, tendo a Cervejaria Rio Claro recebido diploma de honra por seus produtos.

Em outubro de 1923 a Cervejaria Rio Claro Ltda. emite um empréstimo de 10.000 obrigações, debêntures nominal ao portador de 100$000, perfazendo 1.000:000$000 e em 17 de janeiro de 1924 eleva seu capital dos 300:000$000 iniciais para 1.000:000$000, sendo o aumento de 700:000$000 subscrito em partes iguais pelos sócios: Oscar Baptista da Costa e sua mulher Dª. Alice Soares da Costa, Oscar Baptista da Costa Filho, Zilda Costa, Marina Costa, Maria Aparecida Soares da Costa e Maria Helena do Rosário Baptista da Costa.



As gazosas de Maçã, Guaraná, Café e Soda Limonada, também eram fabricadas pela companhia que concorria com afamadas marcas de água mineral com sua Água Artezia.

Até essa época, viajantes desbravavam o país vendendo os produtos rio-clarenses, quase sempre despachados pela estrada de ferro ou levados pelos "fordecos".

O negócio registrou períodos de crescimentos e dificuldades até 1929 quando os efeitos da crise econômica mundial, eclodida a partir da quebra da bolsa de valores norte-americana, foram devastadores para a empresa. Até que em 24 de novembro dester mesmo ano foi declarada a falência da Cervejaria Rio Claro Ltda. requerida pela Sociedade Anônima Scarpa, sendo nomeados como síndicos da massa falida a própria requerente Sociedade Anônima Scarpa, Jorge de Carvalho Fernandes e Bernardo Gonçalves.

Após a crise, por volta de 1930, o empresário italiano naturalizado brasileiro Nicolau Scarpa, adquiriu a indústria e alterando sua razão social para Companhia Cervejaria Rio Claro deu início a um processo de modernização. Quando adquiriu a cervejaria a concorrência era grande e o adversário principal era o consumo de vinho, principalmente o italiano ou os feitos pelos seus descendentes em nosso país.
O comendador Nicolau Scarpa investiu em máquinas capazes de produção em larga escala e construiu prédios para a gerência, diretoria, refeitório, conferência, setor de vasilhames e adegas, bem como um galpão para as caldeiras.

Em 4 de dezembro de 1931 é renovado o registro da Cerveja Caracu.

Em 1932, a cervejaria preparou um rótulo comemorativo caso São Paulo saísse vitorioso na Revolução, coisa que não aconteceu e o rótulo não foi colocado em cerveja alguma.

Para evitar os registros de marcas que possam fazer confusão com a sua cerveja Caracú a Cervejaria registra ao longo do tempo várias marcas na Junta Comercial de São Paulo, como por exemplo: a Cerveja Preta Extra Forte Canguçú, em 25 de setembro 1930 sob o nº 1249 e a Cerveja Caetetú sob o nº 29011 de 7 de fevereiro de 1934.

No Brasil, uma das primeiras ações de marketing esportivo que se tem registro ocorreu em 1933 quando o automóvel pilotado pelo vencedor do Primeiro Prêmio Cidade do Rio de Janeiro, Manuel de Teffé, no Circuito da Gávea em uma corrida no Rio de Janeiro, foi patrocinado pela Cerveja Caracu.
Em 1936 a Cerveja Caracu também ofereceu a "Taça de Ouro Caracu" ao vencedor do Primeiro Grande Premio Cidade de São Paulo, vencido pelo piloto Carlo Pintacuda que ainda recebeu além de dinheiro outros prêmios.

Quando faleceu, em 1942, o Comendador Nicolau Scarpa deixou um sólido patrimônio para os filhos Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior, que foram para a Alemanha fazer cursos de engenharia e química especializadas no setor cervejeiro.



A eles, os irmãos Scarpa, deve-se o aumento da produção da Caracu, cerveja escura que substituiu no Brasil a britânica Guiness. Paralelamente ao aprimoramento tecnológico, deram sequência aos projetos de ampliação física iniciados pelo patriarca da família. Eles construíram o prédio da Avenida 4 com rua 8, que abrigava a fábrica de gelo e a ferramentaria, e o anexo de três pavimentos, onde ficavam a casa de máquinas e os resfriadores de água. Na sequência, avançaram para o interior da quadra com 8 mil metros quadrados de área e ergueram outro prédio, todo de cimento armado, com três andares e arguido para comportar máquinas compradas no exterior. No local, instalaram ainda a nova carpintaria, o engarrafamento e o armazém. Cada vez mais ousados, Francisco Scarpa e Nicolau Scarpa Júnior construíram um edifício de oito andares, o mais alto de todas as indústrias paulistas da época. No último andar, ficava o moinho da cevada e, logo abaixo, os tanques para produção de cerveja. Na parte de baixo, os demais setores, entre eles o de envasamento. Uma das características marcantes da construção – que existe até hoje – era a chaminé de 40 metros de altura, que durante décadas exalou o aroma de cevada por toda a cidade.

Por escritura de 30 de janeiro de 1945, a Sociedade por quotas de responsabilidade limitada Cervejaria Rio Claro se transformou na Sociedade Anônima Companhia Cervejaria Rio Claro com o mesmo capital, o mesmo objeto, o mesmo ativo e passivo, os mesmos sócios, a mesma sede social e conservando a mesma personalidade jurídica, sem qualquer solução de continuidade, modificando-se tão somente a denominação social que passou a ser Companhia Cervejaria Rio Claro,tendo sido arquivada na Junta Comercial de São Paulo sob nº 22.869.

Ao completar 50 anos de fundação, os rótulos de seus produtos passam a ostentar as duas datas, a inicial e a dos 50 anos (1899 - 1949), nesta época a fábrica possuía 307 funcionários e uma posição consolidada no segmento cervejeiro. Um dos segredos do sucesso de seus produtos sempre foi a excelente qualidade da água utilizada, originária de três profundos poços artesianos.




E mesmo com o passar dos anos a Cervejaria Rio Claro, através da Cerveja Caracú continuou patrocinando esportes e programas radiofônicos esportivos.

Em 10 de setembro de 1957, através da Assembléia Geral Extraordinária, foi alterada a razão social de Cia Cervejaria Rio Claro para Cia Cervejaria Caracú, tendo sido a ata arquivada na Junta Comercial de São Paulo sob o nº 125.257.














domingo, 31 de outubro de 2010

Bopp, Sassen, Ritter & Cia Ltda. / Cervejaria Continental S/A (1924 - 1946)





Em 19/06/1924, o jornal Correio do Povo (ANNO - XXX - Num.145 p. 4) divulgava a fusão de fábricas de cerveja em Porto Alegre:

"...Em várias reuniões que se vem realisando, há semanas, as fábricas de cerveja desta capital, que girara sob a razão social de Bopp & Cia., H. Ritter e Filhos e Bernardo Sassen e filhos, resolveram fazer fusão constituindo-se numa só firma. As negociações acabam de chegar a seu termo, devendo ser activado o contracto social na Junta Commercial, dentro de poucos dias. As fábricas girarão, agora sob a razão social de Bopp, Sassen, Ritter &. Cia., e seu capital será de nove mil contos de réis. De accordo com a fusão a fabrica Ritter & Filhos deixará de funcionar logo que entre em vigor a nova firma, sendo que as cervejarias Becker (Sassen) e Bopp, continuarão na fabricação de cerveja até que terminem as obras que se vem fazendo nesta última, a qual ficará, então, como a única existente nesta capital. Quanto às marcas de cada uma das fábricas que fazem a fusão, continuarão em vigor. A nova firma, proprietária das fábricas de cerveja, pretendem ainda extender a sua acção à indústria de outras bebidas entre as quaes se contam gazosas, aguas mineraes e licores..."

A fusão foi o produto final do desaparecimento de grande parte das cervejarias nos anos posteriores ao final do século XIX, quando haviam 21 fabricantes de cerveja em Porto Alegre.

Para fazer frente à expansão da carioca Brahma e da Antártica Paulista, que procuravam firmar-se no mercado gaúcho as remanescentes Bopp, Sassen e Ritter, que dispunham de aparelhagem mais moderna e competitiva, fundiram-se em 1º julho de 1924 para constituir a Cervejaria Bopp, Sassen, Ritter e Cia Ltda. que se instalou com todo o seu maquinário no prédio da Cervejaria Bopp, na Av. Cristóvão Colombo, 625. O prédio, concebido para servir a uma indústria, tem pés-direitos elevados e amplas janelas e espaços internos. Na fachada existem diversos grupos escultóricos muito interessantes, dentre eles a estátua de Gambrinus, outra de Mercúrio, um grande elefante ladeado por dois grupos de meninos carregando globos, além de diversos atlantes em trajes germânicos, bebedores de cerveja com copos nas mãos, diversas faces humanas, figuras de animais, barris e uma profusão de florões, arcadas, frisos, relevos, uma torre com relógio, cúpula e estátuas sobre a entrada principal, e outros elementos decorativos que caracterizam o seu estilo eclético e historicista, típico de Wiederspahn.

O complexo compreende vários edifícios, além de contar com uma chaminé monumental, criando um conjunto de volumetria dinâmica e atraente que, associada à sua ornamentação e história, formam um dos marcos arquitetônicos mais importantes da cidade.

Em 1924, em função das dificuldades de importação de matérias primas (lúpulo e malte), para se livrar da importação a sociedade decidiu construir um edifício que abrigasse uma câmara de preparação de malte, contrataram para o projeto desta construção inédita, o engenheiro alemão Willy Stein.
A maltaria era um conjunto no qual faziam parte o bloco de depósitos de cevada crua, o da produção e o dos silos em concreto, as dimensões da fábrica de cevada eram de 15,95 x 55,35 m sendo que a altura variava conforme a atividade interna; silos com 30 m, secadouros com 23 m e demais áreas com 19 m. Em 1932 foi aprovado o projeto para o prédio da produção e os depósitos, o projeto dos silos somente em 1936 tendo como construtores a firma Haessler & Woebke. Esse conjunto foi demolido quando da construção do shopping.


Além das marcas escritas na propaganda acima, datada de 1929, fabricavam, entre outras marcas famosas, as cervejas Capital, Continental, Diana, Farroupilha, além de sodas, refrigerantes e gelo.








Em 24 de agosto de 1935 é publicado o registro da Cervejaria e maltaria Continental por Bopp, Sassen. Ritter & Cia. Limitada.

A Editora Globo realizava anualmente um concurso interno para a escolha do artista que criaria a capa natalina da Revista do Globo. Um dos vencedores desse concurso foi Nelson Boeira Faedrich, em dezembro de 1935, com um anúncio colorido, de página inteira que representava os três reis magos oferecendo ao leitor: um barril de Chopp, uma garrafa de “Guaraná” e uma de cerveja “Oriente”, todos produtos da Cervejaria Continental. A cervejaria era um anunciante frequente dessa revista publicada em Porto Alegre - RS e editada pela Livraria do Globo, sendo caracterizada pelo subtítulo “Quinzenário de Cultura e de Vida Social”.

As peças litográficas, na época, eram impressas numa pedra especial, vinda da Alemanha. Só depois a ilustração publicitária evoluiu para as gravuras em zinco, até chegar ao fotolito. A arte litográfica só continuou a ser usada pelos artistas, para suas obras individuais, por ser um método difícil de reprodução em grandes quantidades. Como solução, em dezembro de 1938, a Livraria do Globo inaugura em suas oficinas uma máquina de impressão litográfica-off-set, adquirida na Alemanha, possibilitando realizar até 47.000 impressões por hora e destinada à realização de encomendas de grande porte. Na sua inauguração imprimiu milhares de rótulos da Cervejaria Continental, constituindo-se o primeiro trabalho publicitário realizado em “off-set”, elaborado nas oficinas da Globo.


Por essa época através de slogan a Cerveja Continental ficou conhecida como “a marca que por si se impõe”.


Parte da frota em 1940

Em 1941 a Cervejaria Continental, instalou um campo experimental de cevada em Encruzilhada do Sul, no Rio Grande do Sul.

A Cervejaria participava de muitas atividades relacionadas com a cidade de Porto Alegre, ainda em 1941 foi realizado o Campeonato da cidade de Bolão com a participação de 13 associações, sendo cada grupo composto de 10 homens, totalizando 130 competidores que disputaram, em conjunto, a taça Cervejaria Continental e a taça estímulo móvel Coronel Osvaldo Cordeiro de Farias.




Nota: Em 1944 a razão social era: Bopp, Sassen, Ritter & Cia Ltda e no final do ano de 1945 já havia passado para Cervejaria Continental S/A. Não encontrei documentação da alteração da razão social.

Em 5 de novembro de 1946, o então o maior grupo cervejeiro do Rio Grande do Sul, a Cervejaria Continental S/A, foi incorporado pela Cervejaria Brahma, com matriz no Rio de Janeiro, transformando-se na maior potência cervejeira nacional. A Cervejaria Brahma continua com as pesquisas do campo experimental de cevada em Encruzilhada do Sul.
A fábrica permaneceu em atividade até 1998, quando mudou-se para o Município de Viamão.

Desde 1979, o terreno ocupado pela Brahma foi incluído na delimitação da Área Funcional de Preservação Cultural e de Proteção da Paisagem Urbana, e os imóveis de nº 545, 691 e 695, que abrigam os antigos prédios da cervejaria, foram listados como edificações de interesse sócio-cultural para preservação, por seu mérito histórico, arquitetônico e paisagístico. Em 1999, o conjunto foi tombado pelo Município, compreendendo os prédios que abrigavam administração, departamento industrial, fabricação da cerveja , casa de máquinas, depósito de matérias primas e adegas, casa de caldeiras e chaminé, inscritos no Livro Tombo sob nº 58.

O conjunto foi comprado pelo grupo Correio do Povo, sendo administrado pela empresa Unicenter, sob empreendimento do grupo Porto Shop, que ali instalaram um shopping center.

O complexo foi ocupado por um bem sucedido shopping center, o Shoping Total com 457 lojas, administrado pelo Grupo Porto Shop, que realizou a transformação com um investimento de R$ 40 milhões, foram instalados nas dependências do complexo muitos espaços para serviços diversos, cultura e lazer. A visitação mensal média chega à marca de 550 mil pessoas. Foi inaugurado em 29 de maio de 2003, com 42 mil m² de área construída, 4 andares e um estacionamento para 7.200 carros.