segunda-feira, 4 de julho de 2011

Cervejaria Augusto Kremer / Kremer & Cia/ Germania / Americana


Imagens:http://mariadoresguardo.blogspot.com/ e Almanak Administrativo, Comercial e Industrial

Alguns exemplos de comércio estabelecidos em Juiz de Fora - MG, ainda nos permitem adentrar no ambiente que marcou esta parte da cidade, entre a segunda metade do século XIX e o início do XX.

Em 1867, nas imediações da Igreja da Glória foi fundada a filial da Cervejaria Augusto Kremer & Cia, uma das mais antiga fábrica de cerveja de Petrópolis - RJ, datada de 1858. Construida num amplo terreno no Morro da Gratidão, na avenida dos Andradas (antiga Rua da Gratidão), adquirido à Cia. União e Indústria numa área desmembrada da Colônia Dom Pedro II (correspondente hoje aos terrenos do Jardim Glória, inclusive onde se situam as instalações do laticínio). A fábrica Kremer era um local de lazer para os juizdeforanos, onde se realizavam festividades e banquetes.

Em 31 de agosto de 1876, na Cervejaria Augusto Kremer & Cia separam-se comercialmente matriz e filial, ficando Frederico Guilherme Lindscheid com a fábrica de Petrópolis que passa a se chamar Imperial Fábrica de Cerveja Nacional e Augusto Kremer com a fábrica de Juiz de Fora que passa a se chamar Imperial Fábrica de Cerveja e Águas Mineraes de Augusto Kremer & Cia.



Em 1878, com a morte de Augusto Kremer, seu sócio e gerente José Weiss decidiu deixar a fábrica que passou a ser dirigida pela viúva, que altera o nome para Cervejaria Germânia e amparada por bons auxiliares continua em crescente desenvolvimento.

Em 1891, foi feita uma sociedade da qual faziam parte Henrique Kremer, Manoel José de castro e como sócia comanditária a viuva Catharina de Castro sob a firma Kremer & Cia.

Em 1899, é desfeita essa sociedade com a saida de Henrique Kremer, permanecendo à frente da cervejaria seus outros dois sócios.






Correspondencia de novembro de 1906, consultando fornecedor.

Em 1º de setembro de 1906, foi reinaugurada a cervejaria, onde foram feitas instalações completas de câmaras frigoríficas, das mais modernas; e mais recentemente, foram montados quatro grandes tonéis, com capacidade para 15 a 22.000 garrafas cada um. O processo da fabricação da cerveja está dividido por 6 seções e é feito de acordo com os melhores métodos. Estas seções ocupam-se respectivamente: da moagem da cevada, fabricação e cozimento, resfriamento, fermentação e decantação, engarrafamento e pasteurização e embalagem.

As máquinas são acionadas por dois motores, um elétrico de 30 cavalos e outro a vapor, tipo R. Wolf, de 28 cavalos. Há também um laboratório para o exame da matéria-prima e uma carpintaria para a fabricação de caixas. A produção é de 800.000 litros de cerveja, que atualmente é, toda ela, vendida no estado. A cervejaria emprega 32 operários.

O gerente técnico é o sr. Carlos Hugo Becker, que está no Brasil há 5 nos. Antes de vir para este país, tinha o sr. Becker trabalhado em diversas cervejarias da Alemanha. O guarda-livros é o sr. Bento Botelho Caldas. A empresa gira atualmente sob a firma Viúva Kremer de Castro e tem conquistado vários prêmios, em diversas exposições.

Por ocasião da Primeira Guerra Mundial, a Cervejaria Germania teve seu nome mudado para Cervejaria Americana, ocasião em que foi mudada também a razão social, passando de Viúva Kremer de Castro para Viúva Catharina de Castro.




Foi publicado no Diário Oficial da União de 02/02/1923 tornando público que sua cerveja recebeu diploma de honra na Exposição Internacional do Centenário da Independência.

Subsistindo até meados da década de 30 quando só havia na cidade duas fábricas de cerveja – a Americana e a José Weiss. Já não existiam a Dois Leões nem a Stiebler.

Por volta de 1940 passa a pertencer aos Irmãos Preu, o mercado foi conquistado por empresas economicamente mais fortes e a cervejaria faliu, logo após o fechamento da cervejaria, todo o terreno foi comprado pela CCPL, Cooperativa Central dos Produtores de Leite, na época chamada de Laticínio Estrela Branca.

Já em 2003, o local foi adquirido pela Universidade Salgado de Oliveira - UNIVERSO e no dia 26 de agosto deste mesmo ano, a fachada do prédio e a chaminé da antiga CCPL foram tombados pelo patrimônio histórico e cultural de Juiz de Fora, através da Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage - Funalfa.

2 comentários:

Maria do Resguardo disse...

O blog Maria do Resguardo parabeniza esse excelente trabalho.

CERVISIAFILIA disse...

Olá Marcelo,

Obrigado pelo "excelente trabalho", faço o que posso e se posso tento fazer o melhor possível.

Gostaria também, de elogiar o seu excelente trabalho com o blog Maria do Resguardo se houvesse mais alguns de mesmo nível a nossa história não seria tão falha e ficaria para a posteridade tanto texto quanto imagem.

Informo que a partir de 9/9/2013 estarão abertas as votações para o prêmio Top Blog 2013 - estarei concorrendo e você já se cadastrou??

O interesse não é pelo premio, apesar de dar polimento ao ego, mas pela divulgação que se consegue.

Mais uma vez obrigado!!!

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