terça-feira, 31 de julho de 2012

Fábrica de Cerveja Livi & Bertoldi




O hábito de beber cerveja fora introduzido na cidade de Ribeirão Preto pelos imigrantes, eles a fabricavam de maneira artesanal, até surgirem as primeiras indústrias, que se tornaram algumas das mais importantes da cidade. Desde 1878, funcionava na vila uma pequena fábrica artesanal de cerveja, mas a bebida, ruim de doer, era mais utilizada como remédio contra febre. Em 1892 haviam dois pequenos fabricantes de cerveja no núcleo colonial. Então os imigrantes italianos, que sentiam falta do vinho, mas não pensavam em plantar uvas naquele febrão do Sol, ousaram fabricar uma cerveja de qualidade, a primeira grande fábrica fundada foi a de Livi & Bertoldi, tendo sido a terceira fábrica da cidade.

Quarto Bertoldi nasceu em Lavarone, Itália, no dia 27 de julho de 1876. Filho de Ezequiel Bertoldi e Anastácia Bertoldi, chegou ao Brasil no dia 26 de novembro de 1890 desembarcando no porto de Santos com 14 anos de idade, se deslocando para São paulo onde residiu e trabalhou em casas comerciais até 1896.

Em 1896, chegou a Ribeirão Preto para visitar os amigos e ficou.

Em 1900, Quarto Bertoldi associou-se a Salvatore Livi (Salvador) e fundaram uma fábrica de cerveja de alta fermentação, gazosas, licores e xaropes que, em algumas décadas, traria fama àquele italiano e se transformaria, como até hoje o é, numa referência simbólica nacional e produto de grande consumo na cidade. Esta cervejaria esteve situada à Rua Capitão Salomão, na área conhecida como Barracão, onde nessa época começava a se configurar o eixo de comércios e indústrias da terceira seção do Núcleo Colonial Antonio Prado, ela veio se reunir às outras três cervejarias já existentes no Núcleo: a de João Bernardi & Irmão, a de João Betoni localizadas no Barracão e a de Ernesto Esquibole localizada no Tanquinho.

Grande Fábrica de Licores Livi & Bertoldi


Em 8 de junho de 1901 o Diário oficial de São Paulo publica o contrato registrado, no mes de maio na Junta Comercial, entre Salvatore Livi e Quarto bertoldi, na praça de Ribeirão Preto, para o fabrico de cervejas, licores e águas minerais com o capital de 10:000$000 sob a firma Livi & Bertoldi.

Ainda em 1901 foi realizado em Ribeirão Preto a 1ª Exposição Regional Agrícola, Industrial e Artística do 3º. Distrito Agronômico do Estado de São Paulo e a Livi & Bertoldi teve a Cerveja Mulatta como um dos produtos premiados com medalha e diploma.

Em 25 de novembro de 1902 o Diário oficial de São Paulo publica o anúncio do requerimento de registro para a sociedade entre Calixto Tegagno, Salvatore Livi e Quarto Bertoldi para a exploração de fábrica de cerveja, licores e águas minerais em Ribeirão Preto - SP, com o capital de 15:000$000 (quinze contos de réis) sob a razão social de Tegagno, Livi & Bertoldi, esta firma foi de curta duração, tendo sido publicado no Diário oficial de São Paulo de 16 de maio de 1905 o distrato social.

Com o encerramento da firma Tegagno, Livi & Bertoldi. Livi e Bertoldi tornam a se unir e nesta mesma data, 16 de maio de 1905, o Diário oficial de São Paulo publica o contrato entre Salvatore Livi e Quarto Bertoldi, para o fabrico de cervejas, licores e águas minerais com o capital de 6:000$000, na praça de Ribeirão Preto, retornando a firma Livi & Bertoldi.


Cervejaria Livi & Bertoldi


Em 1908, na exposição nacional comemorativa do 1º Centenário de Abertura dos Portos Brasileiros ao Comércio Internacional, realizado no Rio de Janeiro volta a ter seus produtos premiados.

Quarto Bertoldi batizou as melhores cervejas com nomes da terra: Guarani, Indiana, Mulata. E a cerveja revelou-se mais um bom empreendimento.


Em 1928 a cervejaria contava com 12 funcionários e tinha um capital de 60:000$000, em 1929 diminuiu seus funcionários para 10 e em 1930 tinha somente 8. E como era costume entre os imigrantes a maioria de seus funcionários era de origem italiana que não eram tratados como empregados e sim como amigos.


Quarto Bertoldi foi casado com Carolina Bertoldi e tinha uma intensa vida social, colaborou com a instalação do 4º Grupo Escolar nos Campos Elíseos, mais tarde denominado “Antônio Diederichsen”. Trabalhou, com o padre Euclides, na instalação da Santa Casa e da Legião Brasileira. Com os padres Olivetanos, ajudou na edificação da Abadia de Santo Antônio, nos Campos Elíseos.

Quarto Bertoldi faleceu em 1967.