sexta-feira, 8 de março de 2013

Reichert Irmãos / Cervejaria Germania / Companhia Industrial Germania / Emilio Reichert & Cia / Companhia Progresso Nacional


Emilio Reichert, nascido em 1871, em Wurtemberg na Alemanha, chegou ao Brasil em 1889, em companhia do seu irmão Adolph. Pouco tempo depois, iniciaram os dois irmãos os seus negócios e gradualmente, pelos seus esforços, conseguiram dar-lhes um grande impulso. Mais tarde, juntou-se à firma o terceiro irmão, João.

A empresa fundada em 1889 pelos irmãos Reichert começou por negociar em pequena escala, como importadora, e supria então cervejarias de pouca importância que naquela época eram em número nada inferior a 29 só na Capital. Mais tarde, por volta de 1902, iniciaram a fabricação de licores, sabão, biscoitos e bombons, produtos com os quais foram premiados em diversas exposições, inclusive recebeu o grande premio na Exposição de São Luiz.

Em 21 de maio de 1907 foi feito um contrato de sociedade entre Emilio Reichert, Leonora Reichert e Guilherme Reichert para a exploração de indústria, fábrica de cerveja denominada Germânia, bem como fábrica de sabão, importação e fabricação de todos os artigos que convenham, com o capital de 300:000$000 (trezentos contos de réis), nesta capital de São Paulo, sob a firma Reichert Irmãos.
Ainda em 1907, num terreno de 6.000 metros quadrados de propriedade da firma, resolveram os irmãos Reichert, edificar um prédio para instalação da fábrica de cerveja, à Rua dos Italianos, 22 a 28, Freguesia de Santa Ephigenia. O maquinismo, todo ele moderno e aperfeiçoado, é acionado por dois motores a vapor alemães, cada um da força de 80 cavalos. Além disto, trabalham na fábrica 3 motores elétricos, da força total de 25 cavalos.

Em 21 de março de 1907 é publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo os registros na Junta Comercial, na sessão de 15 de março de 1907, das marcas: cerveja Amor e Cerveja Tira Prosa, sob os nº 842 e 843, respectivamente.

Em 5 de dezembro de 1907 é publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo o registro da marca cerveja Americana sob o nº 943, requerido em 8 de novembro na Junta Comercial do Estado de São Paulo.

Em 1º de maio de 1908, a fábrica de cerveja foi transformada numa sociedade anônima, sob a denominação de Companhia Industrial Germania, com o capital de Hum mil contos de réis (1.000:000$000), sendo cada ação no valor nominal de duzentos mil réis (200$000). E para organização da qual entram: Emilio Reichert e sua mulher Frieda Reichert, com 2.890 ações; Henrique Reichert e sua mulher Gretel Reichert, com 1.110 ações; Leonor Reichert, com 250 ações; Clotilde Sperling, com 200 ações; Carlos José Sperling, com 100 ações; Carlos João Blank, com 300 ações; Adam Engel e sua mulher Marie Engel, com 125 ações; Luiz Reizig e sua mulher Helena Reizig, com 25 ações.

Achando-se o valor de todas essas ações representado nas partes e direitos, na qual cada um dos acionistas mantem quinhão do valor idêntico ao que cada um tem no estabelecimento industrial de Reichert Irmãos, compreendendo a fábrica de Cerveja Germania, bem como de gelo, gazosas, licores, aguas minerais, acido carbônico, fermento e fábrica de biscoitos, doces e caramelos, instaladas nos prédios da Rua dos Italianos nº. 22, 24, 26 e 28, freguezia de Santa Ephigenia, desta capital, e uma fabrica de sabão instalada em um terreno sito á Rua Varzea dos Sales, freguezia de Santa Cecilia, desta capital e um terreno sito á Rua Itaboca, freguezia de Santa Ephigenia, desta capital, sob n. 13, contendo duas casas de moradia, um grande armazém para deposito, uma cocheira para 42 animais e deposito de ferragens.

As ações do outorgante Emilio Reichert e sua mulher D. Frieda Reichert são representadas pela quantia de 480:800$000 em bens móveis, imóveis e mercadorias, e 169:200$000, que realizaram em dinheiro. A companhia ora em organização assume toda a responsabilidade do activo e passivo da firma Reichert Irmãos.

Em 4 de junho de 1908 o Decreto nº 6975, concede autorização à Companhia Industrial Germania para funcionar na República. Os irmãos Reichert abandonam o fabrico de sabão, biscoitos e bombons e dedicam-se exclusivamente à fabricação de cerveja, licores, águas minerais, gasosas e gelo. A cervejaria produz diariamente 12.000 litros de cerveja, mas pode fornecer, se fôr necessário, até 36.000, além de 400 dúzias de gasosas, 100 dúzias de sifões, 400 litros de 30 qualidades diferentes de licores, como sejam Benedictine, Cognac, Peppermint etc., e 15 toneladas de gelo. A fábrica emprega 140 operários e dispõe de 4 poços artesianos e 40 carros para entrega dos seus produtos. Em outra parte da cidade tem os seus depósitos, onde também se encontram as cocheiras e telheiros para os carros.

Em 7 de maio de 1909 é publicado no Diário Oficial o registro da marca Cerveja Victoria sob o nº 1061, requerido em 29 de setembro na Junta Comercial do Estado de São Paulo.

Em 27 de janeiro de 1909, é publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo o registro na Junta Comercial, na sessão de 29 de dezembro de 1908, a marca cerveja Germania Crystal, sob os nº 1085.

Em 23 de dezembro de 1909 é publicado, a pedido, o certificado de propriedade, em nome de Reichert Irmãos, da marca Vienneza registrada na Junta Comercial sob o nº 1149.

Desde meados de 1910 o Sr. Emilio Reichert se tornou o único proprietário, sob a firma Emilio Reichert & Cia.

Em 27 de novembro de 1910 é publicado, a pedido, o certificado de propriedade, em nome de Emilio Reichert & Cia, da marca Ideal registrada na Junta Comercial sob o nº 1353.

Em 3 de janeiro de 1912 é registrada a marca Cerveja Tripoli.
Em 16 de dezembro de 1914 é registrada a marca Cerveja Castaglia.

Em 30 de dezembro de 1914 é registrada a marca Cerveja Portugueza.

Em 26 de fevereiro de 1916 são registradas as marcas Cerveja Popular, Vienneza, Preta e Pilsen sob os nº 2737, 2738, 2740 e 2741, respectivamente, na Junta Comercial do Estado de São Paulo. Ainda nessa data sob o nº 2742 é registrada a marca Cervejaria Germania.

Em 28 de novembro de 1916 é publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo o registro da marca Cerveja Alpino sob o nº 2911 da Junta Comercial do Estado de São Paulo.

Em 9 de julho de 1917, Emilio Reichert e sua mulher Frieda Reichert, Emilio Reichert Junior, Arthur Ernesto Kausches e sua mulher Bertha Eiechstadt Kausches, Pedro de Souza Junior, Gustavo Will e sua mulher Rosaria Contasani Will, Henrique Schlenz e sua mulher Francisca Schlenz, Dr. Sylvio de Campos e sua mulher Maria Suzana Dias de Toledo campos, Augusto Frederico Fiedler e sua mulher Mathilde Fiedler resolveram de comum acordo formar uma sociedade para a exploração comercial e industrial da firma Emilio Reichert, com o fim de explorar e desenvolver a fabrica de cerveja, gelo, águas minerais e outras bebidas com ou sem álcool, que era mantida por aquela firma, e bem assim as industrias congêneres que se transforma em sociedade anônima e que terá a denominação Companhia progresso Nacional em sucessão a esta e assumindo o seu ativo e passivo. O capital inicial é de mil e quinhentos contos de réis (1.500:000$000), dividido em sete mil e quinhentas ações no valor de duzentos mil réis (200$000), cada, pela forma seguinte: Emilio Reichert - mil duzentos e cinqüenta contos de réis (1.250:000$000), Frieda Reichert – duzentos e trinta contos de réis (230:000$000),, Emilio Reichert Junior – cinco contos de réis (5:000$000), Arthur Ernesto Kausches – dois contos de réis (2:000$000), Pedro de Souza Junior - dois contos de réis (2:000$000), Gustavo Will - dois contos de réis (2:000$000), Henrique Schlenz - dois contos de réis (2:000$000), Dr. Sylvio de Campos - cinco contos de réis (5:000$000) e Augusto Frederico Fiedler - dois contos de réis (2:000$000).

Em 15 de setembro de 1917 é feito o requerimento junto a Junta Comercial do Estado de São Paulo para alteração do registro das marcas de cerveja: Munchen, Victória, Vienneza, Alpino, Hespanhola e Preta, todas já registradas anteriormente pela antecessora.

  
  
  
  
  


Em 2 de setembro de 1918 o jornal Correio Paulistano anuncia o lançamento da Cerveja Palestra.

Em 9 de outubro de 1918 o jornal Correio Paulistano anuncia o lançamento da Cerveja Popular.

Em 17 de outubro de 1929 o jornal Diário Nacional anuncia o lançamento da Cerveja Progresso.

Em 2 de agosto de 1934 os jornais Correio Paulistano e Correio de São Paulo anunciam o lançamento da Cerveja Caramuru (acondicionada em garrafinhas de 250 ml).

Em 30 de junho de 1940 o jornal Correio Paulistano anuncia o lançamento da Cerveja Malzbier.

Em 22 de agosto de 1941 o jornal Correio Paulistano anuncia o lançamento da Cerveja Monopol.