segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Fábrica de Cerveja Cosmopolita


Baseado em vários jornais da época
Imagem do rótulo cedida pelo colecionador Paulo Antunes Júnior



Em 28 de março de 1916, o Jornal do Brasil publica que na sessão de 13 de março da Junta Comercial do Rio de Janeiro, foi arquivado o contrato comercial entre Salustiano Dominguez Lourido e Jesus Rodriguez Martinez para o fabrico de cervejas, com o capital de Rs. 30:000$00 sob a firma Dominguez Lourido & Rodriguez à Praça Duque de Caxias 9 (atual Largo do Machado).

O Largo do Machado adquiriu esse nome (ao que conta) por causa de um enorme machado de pau na porta do primeiro açougue ali instalado. Em 1843, com a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória (não confundir com a Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro), passou a se chamar Largo da Glória. Em 1880, com a morte do Duque de Caxias, mudaram de novo seu nome para Praça Duque de Caxias. Só que os nomes novos não colaram, e o largo voltou à sua denominação tradicional: Largo do Machado, isso explica os rótulos um com endereço da Praça Duque de Caxias e outro do Largo do Machado.

Em 15 de abril de 1916, a Revista da Semana publicou o seguinte artigo: “....No dia 1º de abril de 1916 inaugurou-se a Fabrica de Cerveja Cosmopolita que foi instalada no número 9 da Praça Duque de Caxias (Largo do Machado), no Catete. São seus proprietários os Srs. Dominguez & Rodrigues, nomes muito conhecidos, que por si só é uma garantia de sucesso para o novo estabelecimento, que está montado com todos os requisitos do conforto e da higiene.

Nesse ponto a Fábrica de Cerveja Cosmopolita não teme confronto e nisto estão, sobretudo, os bons augúrios do seu futuro. Clara e arejada com belíssima decoração interna, devido aos pinceis dos artistas Justino Migueis e Gion Baptista Maggia. A inauguração foi assistida por muitas pessoas, representantes da imprensa, mostrando-se todos excelentemente impressionados pelo tratamento que receberam por parte dos referidos negociantes.

Aos presentes foi oferecida uma excelente mesa de doces finíssimos e a todos foi oferecida uma taça de champanhe, sendo levantados diversos brindes....”

O Diário Oficial da União de 23 de março de 1917 publica que na sessão de 1º de março da Junta Comercial do Rio de janeiro foram feitos os registros da cerveja Black Duques e da cerveja Cosmopolita, sob os números 11.981 e 11.982 respectivamente.

    
A Tragédia parece acompanhar as fábricas de cervejas, vários jornais do dia 25 de fevereiro de 1928 publicaram noticias sobre o violento temporal que atingiu o Rio de Janeiro no dia anterior e que fez com que uma avalanche de água e lama descesse do Morro de Santa Tereza e levasse tudo de roldão, fazendo com que desmoronassem três residências da vila de casas da Travessa Cassiano nº 6 e perecessem soterradas dez pessoas. Entre essas pessoas encontrava-se Dª Maria do Carmo Martinez esposa do senhor Jesus Rodriguez Martinez, sócio e químico responsável da Cervejaria Cosmopolita que residia na casa de número 3.

Em 29 de outubro de 1935 às 17:00 horas, no Hospital da Beneficiencia Espanhola,faleceu o Sr. Salustiano Dominguez Lourido, não tendo suportado uma melindrosa operação. Deixou viúva a senhora Rosa Gonzales Lourido e os filhos: Candido, Manoel, Clara, Olivia, Sara e Irene.

O Diário Oficial da União de 21 de maio de 1937 publica que na sessão de 13 de maio, da Diretoria da Secção do Comércio do Departamento Nacional da Indústria e Comércio, foi deferido o requerimento para dissolução da Firma Dominguez Lourido & Rodriguez pelo falecimento do sócio Salustiano Dominguez Lourido recebendo seus herdeiros a importância de Rs 18:363$364, ficando com o ativo e passivo o sócio Jesus Rodriguez Martinez.

Em 26 de junho de 1951, o jornal Diário da Noite publica o falecimento de Jesus Rodriguez Martinez.