terça-feira, 24 de outubro de 2023

Fábrica de Cerveja São Bento



A cerveja desembarcou no Brasil junto com a família real portuguesa em 1808. De lá pra cá, a bebida fermentada ganhou o Pais de norte a sul, incluindo Santos, que chegou a ter muitas pequenas fabricas de cerveja.

Durante muitos anos, as cervejas importadas eram descarregadas nos trapiches do Porto de Santos e tinham como destino várias cidades da província paulista. Mas, antes de molhar o bico dos consumidores do interior e da capital, as cervejas que aqui desembarcavam matavam a sede de muita gente curiosa com a nova bebida. O sucesso da cerveja atiçou os paladares locais e a mente comercial de alguns homens da terra santista.

Em 30 de maio de 1868, chegou na colônia Dona Francisca, atual Joinville - SC, o imigrante alemão Heinrich Bruno Feder, nascido em 23 de fevereiro de 1846 na cidade de Wartemberg, filho único do casal Carl Heinrich Emil Feder e Julianne Hedwig Skiefe.

Em 18 de fevereiro de 1874, mudou-se para Santos - SP acompanhado de sua esposa Katharina Feder (em solteira Eisenhut), nascida em 1856.

Em 1877 montou um comércio de venda de cervejas e a partir dessa data, passou a investir suas economias na compra de equipamentos e apetrechos para montar uma fábrica de cerveja.

Em 10 de fevereiro de 1879 foi inaugurada na Rua de São Leopoldo (Atual Visconde de São Leopoldo) a Fábrica de Cerveja de São Bento assim batizada em função do local onde mantinha seu estabelecimento. nas proximidades do Morro de São Bento, onde havia uma boa nascente d’água para a feitura da bebida com qualidade. Começou produzindo dois tipos: Porter e Pale Ale.

A Cervejaria São Bento foi a primeira a se estabelecer em Santos e chegou a ser considerada a mais importante da província de São Paulo na década de 1880. A marca imperou absoluta na cidade por alguns anos.

Em 04 de dezembro de 1881 A cerveja Pale Ale São Bento ganhou medalha de bronze no concurso de cerveja na Exposição Provincial Brasileira-Alemã em Porto Alegre - RS no Rio Grande do Sul.

Em 1887 foi publicado no Indicador Santista que a fábrica está funcionando em novo endereço na rua Visconde de São Leopoldo, nº 51 em frente à antiga fábricae está montada com todos os aparelhos e maquinismos em prédio construído especialmente para fábrica de cerveja.


Bruno Feder retornou para a Alemanha onde veio a falecer, em 16 de maio de 1895, na cidade de Dresden, deixando a condução do negócio cervejeiro para o filho mais velho, Antônio Augusto Eugênio Feder (Eugenio Feder) nascido em Santos em 13 de janeiro de 1873, portanto com 22 anos à época.

    

Em 6 de novembro de 1896, a Fábrica de Cerveja São Bento, de Eugenio Feder, estabelecido em Santos - SP, registra as cervejas São Bento Porter sob o nº 82 e Pale Ale sob o nº 83 da Junta Commercial do Estado de São Paulo. Eugênio, então, além de registrar as marcas da família na Junta Comercial, passou a investir em publicidade


Nesta época, o barril já era substituído por garrafas de vidro, via de regra fechadas com rolhas (a exemplo dos vinhos). A cerveja santista, então, e de fato, conquistou o paladar local, com suas versões clara e escura, e era presença constante nas mesas dos principais bares não só da cidade de Santos, mas de boa parte das casas comerciais da capital paulista e do interior.

Em 1913 o jornal A Fita publicou que a fábrica São Bento acabou de adquirir novos maquinismos de engenho moderno para aperfeiçoamento dos produtos da fábrica e fez modificações importantes no prédio para adaptar aparelhos frigorificos e outros. Contratou vindo da Alemanha um prático para o fabrico de cerveja.


Porém a mesma decretou falência em 18 de abril de 1914. A cervejaria São Bento funcionou em Santos até 1915.


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Paschoal Totti / Cervejaria da Liberdade / Cervejaria Mineira



A pequena indústria, com raras exceções, chegou a Uberaba juntamente com os primeiros imigrantes europeus, no final do século XIX.

Convém antes ressaltar que não houve, em um primeiro momento na história do bairro Estados Unidos, um período em que primeiramente foram instituídas as chácaras e, posteriormente, as construções físicas que configuram um bairro, tais como a demarcação de terrenos e a construção de ruas e passeios. O nascimento e crescimento do bairro se deu ao mesmo tempo em que chácaras eram criadas e o traçado urbanístico era constituído.

Se a primeira ocupação do atual bairro Estados Unidos foi mediante a construção de chácaras, a conformação que esta região adquiriu como bairro se deve ao empenho e pioneirismo do imigrante italiano Paschoal Totti.

Este imigrante italiano, no ano de 1871, aos 20 anos de idade, buscando fortuna, estabeleceu residência nos Estados Unidos, país da América do Norte, local em que permaneceu até 1875, retornando à Itália. Em maio de 1880, veio para o Brasil. Procurou a região do Triângulo Mineiro, exercendo a profissão de vendedor ambulante, decidindo posteriormente se estabelecer em Uberaba.

Paschoal Totti chegou aqui, em Uberaba, no ano de 1881 e instalou-se no Alto ou Largo das Cavalhadas, atual Praça Comendador Quintino, em um terreno situado na esquina da atual Avenida Presidente Vargas sendo o primeiro a construir casa nessa praça.

Foi Paschoal Totti também quem denominou de Alto dos Estados Unidos, o antigo Alto ou Largo das Cavalhadas, dando origem assim, ao nome do bairro. Antigamente, o local da praça e suas adjacências, se conheciam por Morro Plano, Alto do Rosário e Alto das Cavalhadas. Este nome deriva da ocorrência neste local, durante a segunda metade do século XIX, das cavalhadas, celebrações de origem portuguesa que chegaram a Uberaba somente após a Guerra do Paraguai. A praça primitivamente se chamou Largo da Piedade, porque os respectivos habitantes pretendiam erigir uma igrejinha com a invocação de Nossa Senhora da Piedade; mas, não o fazendo, aquele nome se perdeu, e o vulgo deu lugar ao de Largo do Pascoal, que se conservou durante muitos anos, até que, em 1894, foi mudado para Comendador Quintino.

Os negócios de Totti no bairro Estados Unidos eram bastante diversificados. O italiano fundou uma fábrica de macarrão e outra de artefatos de cerâmica. Conhecido como “rei das casas”, instituiu entre nós o sistema de construção de casa para aluguéis à moda de como se faz nas grandes capitais de dentro e fora do país. Paschoal Totti era uma proeminente figura da colônia italiana em Uberaba, atuando dentro de um sistema de apoio aos compatriotas. A partir de sua atitude pioneira, inúmeras famílias foram se transferindo para o local, em um processo de urbanização contínuo.

Montadas por italianos, as fábricas de cerveja foram numerosas e é certo que o negócio de fabricação de cerveja prosperava e movimentava um considerável volume de dinheiro, o que pode ser comprovado pelo grande número de anúncios publicitários e notícias em jornais da época envolvendo essa atividade econômica.

No início de 1888, o imigrante Paschoal Totti, constrói a primeira casa na esquina oriental da Av. João Pessoa (atual Av. Presidente Vargas) em volta da praça Comendador Quintino, no bairro Estados Unidos.

No ano seguinte, 1889, estabelece ao lado dessa casa o que seria a primeira cervejaria do município, e uma das primeiras do país, a Cervejaria da Liberdade.


No ano de 1895 a Fábrica de Cerveja da Liberdade passa a pertencer a Gaetano Cadosi.


Gaetano Cadosi aportuguesa seu nome passando a assinar Caetano Cardoso.

EM 1900, Paschoal Totti instala a primeira fábrica de macarrão da cidade e a primeira cerâmica.

Em 1915, Totti cria mais uma cervejaria, a Cervejaria Mineira, e obtém grande sucesso com a cerveja "Tosca” e uma fábrica de guaraná, Iolanda, no sobrado construído por ele na rua do Comercio (atual rua Arthur Machado).


Propaganda de 1918 da Cervejaria Mineira

Em 1921 falece Paschoal Totti e seu filho, Gabriel Totti, após concluir seus estudos de arquitetura na Itália volta à cidade, dedica-se às atividades industriais e comerciais nos estabelecimentos de seu pai, dos quais, após o falecimento deste, herdou parte, e que em 1915, foi acrescida de mais uma fábrica de cerveja e refrigerante com a denominação de cerveja Mineira e guaraná Caxangá.
  
Fachada e interior da Cervejaria Mineira em 1930

terça-feira, 5 de setembro de 2023

Antonio Fusaro & Cia / Cervejaria Econômica



Em Ubá, a primeira leva de imigrantes italianos veio espontaneamente antes de 1888, e correspondeu ao ingresso de imigrantes provenientes do sul da Itália que traziam como vantagem suas variadas profissões: artesãos, alfaiates, comerciantes, operários, ferreiros, caldeireiros e marceneiros. Contudo, não eram agricultores, mas colaboravam, para a melhoria da cidade de Ubá, que na época não contava com luz, calçamento, saneamento básico, como todas as demais cidades da Zona da Mata. Ubá recebeu mais duas levas de imigrantes italianos: algumas dezenas vieram para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Leopoldina; e centenas, procedentes no norte da Itália, estabeleceram-se nas fazendas de café do município e região. Posteriormente, muitos deles migraram para a cidade, contribuindo com a diversificação de sua economia.

Dentre esses empresários que começaram sua vida profissional como agricultores e foram bem sucedidos na economia urbana, aparece a família de Luigi (Luiz) Fusaro, nascido em 1843, natural de Treviso, Veneto, Itália, que aqui chegou em 1888, com a esposa, também italiana, Maria Piziolo Fusaro, nascida em 1848, acompanhados de sete filhos: Ângela, Sebastiano, Antonio, Ângelo, Giusepina, Giuseppe e Antonia.

Luigi (Luiz) iniciou sua vida profissional como meeiro em duas fazendas de café. Depois de acumular alguns recursos, migrou para a cidade onde abriu uma padaria, logo ampliada com armazém de mantimentos, em 1901 deixou o comércio nas mãos de seu filho Antonio, nascido em 1873 e casado em 1896 com Maria Aspasia Cavaliere Fusaro, nascida em 7 de setembro de 1878 em Torre Orsaia, Campania, Salerno, Itália.

Em 1907, quando já havia comprado o título de Major (prática comum àquela época), Antonio se associou ao Sr. Joseph Codo, o armazém foi transformado em uma empresa para operar no atacado e no varejo, fundando a Sociedade Antônio Fusaro & Cia, montaram uma enorme rede comercial ao lado da Praça Guido Marlièr, criando o maior estabelecimento comercial de que se tem notícia de haver funcionado em Ubá. O gigantesco entreposto ocupava todo um lado do corredor que é a rua XV de Novembro, desde a rua São José até a avenida Cristiano Roças, dando frente também para esta última rua. Vendia mercadorias de quase todos os gêneros para quase todas as finalidades. A empresa tinha como segundo e terceiro sócios os italianos José Miotto e Alfredo Codo e incluía indústrias como uma fábrica de macarrão que se chamava Macarrão Santa Isabel, fábrica de roupas e até posto de gasolina e casa bancária que deu grande impulso ao comércio e à indústria locais, paralelamente à indústria de macarrão, outras indústrias foram montadas por eles, criaram moinhos, torrefação do café, beneficiamento de cereais e uma empresa onde fabricava cervejas, refrigerantes e engarrafava aguardentes entre outras bebidas. >

  

  

Em 1928 foi um dos fundadores da Associação Comercial de Ubá, tendo integrado a Comissão de Contas da Associação Comercial e Industrial de Ubá, por 10 anos.

Em 1939, falece Antonio Fusaro com 66 anos.


Seu filho, Antonio Fusaro filho, Nascido em Ubá em 13 de abril de 1906, tendo se formado em Engenheiro de Minas e Civil pela Escola de Minas de Ouro Preto, em junho de 1930 e que em 1931, embora não sendo político, foi nomeado Prefeito Municipal de Cataguases, trabalhou como gerente da Companhia Carbonífera de Urussanga em Santa Catarina, de 1933 a 1939.

Com a morte do pai volta para Ubá abandonando a gerencia da Companhia Carbonifera de Urussanga – SC e torna-se sócio da Antônio Fusaro e Cia. Ltda., dividindo a gerencia com seu irmão Luiz Fusaro numa fábrica denominada Sociedade Industrial de Refrigerantes Fusaro Ltda.

Simultaneamente deu assistência à Prefeitura Municipal de Ubá no período do Prefeito Ozanan Levindo Coelho (1935 a 1945).

Indicado pelo Juiz de Direito da Comarca de Ubá, Dr. Mário Cândido da Rocha, e nomeado Prefeito Municipal de Senador Firmino pelo Governo do Estado de Minas Gerais através do Decreto nº 8.188 de 20 de novembro de 1945. Administrou o município de 26 de novembro de 1945 a 03 de dezembro de 1945. Foi também Engenheiro Chefe da 4ª Circunscrição de Obras Públicas do Estado de Minas Gerais.

Em 1940 foi criado pelo químico Eugênio Auvray, para a antonio Fusaro & Cia, um refrigerante feito a partir do extrato da planta da flora brasileira "Chapéu de Couro", uma erva medicinal. Refrigerante que apesar de ser natural de Ubá, Zona da Mata Mineira, se tornou uma das marcas mais tradicionais da região fluminense do Rio de janeiro, o refrigerante que levou o nome de Mineirinho.

  

Em 1946, foi feito um contrato de cessão e exploração de marca entre a Sociedade Industrial de Refrigerantes Fusaro Ltda e a Sociedade Industrial de Refrigerantes Flexa Ltda, a fabricação foi transferida para o Ponto Cem Réis em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, em virtude da demanda na produção. Ficamos na cidade até 1978. A demanda começou a cresce e o espaço ficou pequeno. Tínhamos também o problema recorrente de falta d’água. A solução foi construir um parque industrial no bairro Barro Vermelho, em São Gonçalo, onde permanecemos até hoje.

Em 1989 foi lançado o Mineirinho em garrafas PET de 2 litros e de 350 mililitros.

Em 1990, a razão social da fábrica, mudou para Indústria de Bebidas Reflexa Ltda e o refrigerante passou a mencionar o chapéu-de-couro como ingrediente.

No início da década de 2000, o refrigerante Mineirinho começou a ser oficialmente referido como um refrigerante de guaraná com chapéu-de-couro. O produto se estabeleceu como tipicamente regional, sendo amplamente distribuído nas cidades de Niterói, São Gonçalo e outras cidades fluminenses.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Bortolo Balvedi & Filhos Ltda / Viuva Bortolo Balvedi & Filhos Ltda / Indústria de bebidas Balvedi Ltda



No dia l5 de janeiro de l884 terminava a quarentena das 50 famílias italianas acampadas no casarão dos imigrantes no Campo dos Bugres. Naquela manhã iniciava a longa caminhada na trilha da floresta até as colônias a eles destinadas. Partia do Campo dos Bugres a caravana de mais de uma centena de pessoas com destino a XVI Légua - Travessão Alfredo Chaves, Colônia Caxias que os italianos passaram a chamar de nova Veneza.

A colônia criada em 1875 com o nome colônia Fundos de Nova Palmira, recebeu em 1877 o nome de Colônia Caxias. O território original da colônia era formado por 16 léguas, áreas divididas em travessões e lotes. A partir de 1880 a Colônia foi dividida em 3 povoados: Caxias, Nova Milano e Nova Tento, em 1884 deixou de ser colônia e toda a área foi anexada a São Sebastião do Caí tornando-se seu 5ª distrito, com o nome de Santa tereza de Caxias, em 1890 o distrito foi emancipado tornando-se município e sendo formado pelos distritos de Vila de Santa Tereza de Caxias (sede) e os distritos de Nova Trento e Nova Milano, em 1944 recebeu a denominação de Caxias do Sul.
Dessa centena de italianos fazia parte a família Balvedi, vinda para o Brasil em 11 de novembro de 1883 e composta por Bartholomeu Balvedi, falecido em 1900, e seus 3 filhos: Bartolomeu (Bortolo), Giovanni e Marieta.


Bartolomeu Balvedi, mais tarde conhecido com Bortolo Balvedi. nasceu no ano de 1872, em Pian dei Zech, Val de Mis, Sospirolo, Provincia de Belluno, Vêneto, Itália, tendo aqui chegado com 11 anos de idade. Ao lado do seu registro, aparece uma notação dizendo: “Passarono a domiciliarsi in América coi genitori. Vedi passaporto per l’estero 11/11/1883 Nº 22” (Passaram a residir com seu pai na América. Veja passaporte para o estrangeiro 11/11/1883 Nº22).

Bortolo Balvedi, casou no dia 30 de julho de 1896, na Vila de Nova Trento (2ª Distrito de Caxias), com Maria Domênica Miglioranza, nascida na Itália no mesmo local que Bortolo em 13 de agosto de 1881, portanto com 15 anos de idade, tiveram 11 filhos: Luiza, Angelo, Angela, Pedro, Nair, Hilário, Luiz, Leocádia, Catherina, Ida, Josefina.

Em l905, Bortolo Balvedi, junto com os irmãos, iniciava a produção artesanal de cerveja e gasosa para atender o mercado local e das comunidades vizinhas. Ele foi o primeiro fabricante da Cerveja Balvedi em Nova Veneza.
O estoque de óleo de baleia estava sempre à disposição no depósito da pequena Fábrica de Cerveja e Gasosa Balvedi. O produto era trazido de Caxias do Sul em latas de l8 litros, no lombo dos muares.

Em 6 de outubro de 1908 foi criada a Colônia Erechim, como 8˚ distrito do município de Passo Fundo, inicialmente chamado de povoado de Paiol Grande e depois, sucessivamente, de Boa Vista, Boa Vista de Erechim, José Bonifácio e, finalmente, Erechim, como muitos outros povoados do Brasil, Erechim surgiu à margem da estrada de ferro. No caso, a estrada de ferro que ligava o Rio Grande do Sul a São Paulo.
Planejada pelo diretor de Terras e Colonização Carlos Torres Gonçalves, atendendo aos princípios positivistas para tornar-se modelo de colonização. O empreendimento teve rápido progresso econômico, facilitado não só pela presença de uma ferrovia, mas também pelas estradas planejadas durante a concepção da colônia e que foram construídas de acordo com os traçados previstos. A colônia foi instalada em 1910, com a chegada dos primeiros 36 colonos: 4 família com 28 pessoas e 4 solteiros.

Em 1911 Bortolo e os filhos mais velhos rumaram para o norte, iniciando a mudança da família para Erechim.

No ano de 1913, a família terminou por se estabelecer em Erechim e trabalharam na agricultura até o ano de 1917, porém neste ano adquiriram um terreno que possuía uma fonte de água límpida e de excelente qualidade. Com visão empresarial aproveitaram este recurso natural e instalaram, em 1918, uma pequena fábrica de bebidas, pioneiros em nosso Estado dando início a empresa comercial Indústria de Bebidas Balvedi.


A empresa que depois ficou conhecida como uma das primeiras da região, a Indústria de Bebidas Balvedi era referência na economia regional, produziam cervejas, gazosas (refrigerantes) e xaropes. O local era no início da estrada do Dourado, atual Rua Bortolo Balvedi, que leva para a região colonial e para os municípios de Aratiba, Itatiba do Sul e Barra do Rio Azul.

Em 1936, falece Bortolo Balvedi, com a idade de 64 anos, sua esposa maria e os filhos Pedro, Hilário e Angelo assumem a cervejaria sob a Firma Vva. Bortolo Balvedi & Filhos.



Em 05 de abril de 1938, é alterado o nome do município de Boa Vista do Erechim para José Bonifácio causando nova alteração nos rótulos.

    

Em 28 de dezembro de 1944 o nome do Município é novamente trocado deixando de ser José Bonifácio para ser somente Erechim.

Em 1954, falece a matriarca Maria Domenica, seus filhos continuam a tocar a empresa.

    

    

Com a mudança do nome de Rua Dourado para Rua Bortolo Balvedi foi necessária outra mudança nos rótulos.

    
    
    
    

Pela precariedade de químicos com curso superior, o filho Pedro Balvedi foi licenciado pelo Conselho Regional de Química de Porto Alegre, em 01 de junho de 1960, para exercer essa atividade, o que fez, não só nessa empresa, como também em outras da região.

A Indústria de Bebidas Balvedi, empresa instalada em Erechim em 1918, manteve suas atividades por quase 90 anos, tendo encerrado sua atividade por volta de 2006.

domingo, 8 de maio de 2022

Fábrica de Cerveja Lobo & Oliveira / Princeza



Em 10 de março de 1874, o jornal Diário do Rio de janeiro publica que no Tribunal do Comércio durante a semana de 23 a 28 de fevereiro foi feito o registro de um contrato entre os negociantes portugueses Manoel Joaquim de Oliveira e Theodoro Fiel de Souza Lobo para fábrica de cerveja com o capital de Rs 30:000$000 sob a firma Lobo & Oliveira.

Nesse ano compram a fábrica de cerveja Princeza, existente desde 1870, de Manoel Joaquim Gomes de Carvalho estabelecido à Rua do Conde D’Eu 81 (atual Rua Frei Caneca) e Rua do Senado 152.

Em 28 de julho de 1877, o jornal Diário do Rio de janeiro publica que, na sessão de 26 de julho da Junta Comercial, foi deferido o requerimento de Lobo & Oliveira para o registro de marca de seus produtos.


Em 17 de novembro de 1877, o Jornal do Comércio publica que, na sessão de 15 de novembro da Junta Comercial, foi feito o registro do distrato da firma Lobo & Oliveira.


terça-feira, 17 de agosto de 2021

Fábrica de Cerveja Santo Aleixo - Claussen & Teixeira



Baseado na dissertaçãoFábrica Santo Aleixo - Joana Lima Figueiredo

Além das fábricas de tecidos, outras fábricas ficaram famosas no município de Magé, mais propriamente no distrito de Santo Aleixo. Muitos ainda comentam sobre as cervejarias que lá funcionaram. Tudo começou - segundo o pesquisador Sciammarella - por volta de 1908, quando Henrique Fernando Claussen e José Teixeira instalaram, no bairro do Cavado, a Fábrica de Cervejas Santo Aleixo que fabricava a Cerveja Andorinhas.


Henrique Fernando Claussen, nasceu na Rua do Theatro em 3 de maio se 1838, onde residiam seus pais Jacob Ferdinand Claussen e Caroline Claussen (de solteira muller Weiss) dinamarqueses, aqui chegados em 1826. Instalou-se em Teresópolis aos 30 anos de idade, indo residir com seus pais no lugar denominado Posse e mais tarde na Fazenda Imbuhy, foi casado com Maria Catharina de Oliveira, nascendo dessa união sete filhos: Carolina, Christina, Henrique, Luiza, Laura, Fernando e José. Foi o primeiro presidente da Câmara quando Teresópolis foi elevada à categoria de cidade em 1892, exerceu, também, os cargos de delegado de policia e inspetor escolar durante 22 anos. Era chamado de vovô Fernando e faleceu com cem anos de idade, em 15 de maio de 1938, em Terezópolis-RJ.


José Teixeira, mais conhecido como “Juca Rosa”, morava em Santo Aleixo, enquanto Henrique Claussen, morava em Teresópolis.

Infelizmente não se dispõem de muitas informações, mas segundo informações, ainda é possível encontrar as ruínas onde funcionava o antigo açude que fornecia águas para as comunidades do Chalé e do Poço Escuro. Segundo relatos dos próprios moradores, com o tempo a cervejaria deixou de funcionar.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Cervejaria Esportiva / Teixeira & Ribeiro



Baseado na dissertaçãoFábrica Santo Aleixo - Joana Lima Figueiredo

Por volta de 1915, a Companhia Mageense (Fábrica Andorinhas de tecidos) aproveitou o motor de um caminhão e construiu um bonde para ligar Magé a Santo Aleixo, transportando assim os materiais das fábricas e a população, fazendo duas viagens por dia. Trabalhavam como motoristas nessa linha, segundo Ribeiro, o Sr. Justo Costa, Acácio, Geraldo, Alfredo e João Ribeiro. O bondinho deixou de funcionar em 1934 quando a Companhia Mageense colocou a Fábrica Andorinhas à venda.


João Ribeiro, natural da Bahia, chegou em Magé - RJ, na década de 1920, foi um dos motoristas do antigo bondinho. Ele, em 1928, casou com uma das filhas de Henrique Lima Teixeira, conhecido como “Henrique Rosa”, filho de José Teixeira, antigo proprietário da Cervejaria Santo Aleixo.

Os dois resolveram montar a Cervejaria Esportiva, fabricando cerveja natural branca e preta chamada de Cerveja Esporte.

   

A cervejaria de Henrique Lima Teixeira (Henrique "Rosa") e do João Ribeiro começou no Cavado e depois foi transferida para a ViIa Guarany, funcionava onde hoje é o “Higor Bar”, próximo a Policlínica de Santo Aleixo. O químico responsável era um alemão. A Cerveja Esportiva tinha a garrafa fechada com rolha de cortiça amarrada com barbante.

Os funcionários eram da própria família, segundo relato de Maria Lourdes Teixeira Moreira, filha de Henrique Lima Teixeira, a “Dona Lourdes” que trabalhou na cervejaria. Ela ainda lembra quando a cevada era fervida numa grande caldeira, levada até o resfriador, ficando num tonel durante alguns dias, para depois ser filtrada e engarrafada. “Em todas as garrafas tinha o selo, com a inscrição Teixeira & Ribeiro. Eles eram escritos e recortados por mim”, recorda D. Lourdes.

A Cervejaria Esportiva possuía transporte próprio e o produto era levado para outras localidades, ao contrário da Cerveja Andorinhas. Como não possuíam geladeira, a cerveja era refrescada em uma espécie de cisterna, emboçada com cimento liso.

As garrafas eram lavadas, depois de consumidas, em um tanque de aproximadamente cinco metros, com soda cáustica e água fervendo.

No começo da década de 1940, a cervejaria deixou de funcionar, tornando-se o “Bar do Seu João Ribeiro”.