sábado, 25 de setembro de 2010

Julio Dihel & Cia. / Kortz, Dexheimer & Cia. / Fábrica de Cerveja Estrella / Polar S.A. Indústria, Comércio e Agricultura / Cervejaria Polar S.A.


A cervejaria precursora da Cervejaria Polar foi fundada em 10 de outubro de 1912, no município de Estrela, no Estado do Rio Grande do Sul, sob o nome de “Sociedade em Comandita Júlio Diehl & Cia".

A 20 de outubro de 1912 reuniram-se os fundadores da firma, para procederem a 1ª chamada de capital e em 22 de outubro foi feito o primeiro depósito no extinto Banco Pelotense.

A 24 de outubro, foram adquiridos de Ruschel e Irmãos, 3 terrenos no valor de então “Quatro Contos de Réis”, conforme escritura feita pelo então notário Adolfo M. Ribeiro, é possível que a Cervejaria Estrela fundada por Pedro Ruschel em 1872 tenha sido parte desta negociação.

A empresa Júlio Diehl & Cia foi oficialmente registrada no dia 16 de abril de 1914, situada na Rua Marechal Deodoro 16, Estrela – RS.



A cerveja Aurora foi uma das primeiras marcas da empresa.

Fazia parte dessa sociedade Luiz Ignácio Müssnich que desde 1908 era sócio da empresa Dexheimer, Müssnich & Cia que era um empório comercial, com importação de ferro, aço, máquinas; depósito de cereais, cimento, carbureto, telhas de zinco, arame, equipamentos agrários, camas de ferro, fogões, desnatadeiras, serras de engenho, moinhos, locomóveis e máquinas em geral, essa empresa foi agente do Banco da Província até 1913 quando a firma se desfez. O Banco da Provincia criou uma agencia e Müssnich assumiu a gerência do Banco.

Mais tarde, Leonardo Kortz, Conselheiro municipal, capitalista e também fabricante de licores e vinagre, estabelecido na Rua Júlio de Castilhos: "Neste afamado estabelecimento que tem passado por grandes reformas de todos os seus serviços encontra-se bebidas as mais puras e mais bem preparadas, de toda a qualidade", se associou a Dexheimer e em 1919 adquiriram grande parte das ações e assumiram a fábrica de cerveja, constituindo uma nova razão social e passando a denominar-se Kortz, Dexheimer & Cia - Fábrica de Cerveja Estrellense, produzindo a cerveja Stern Brau.

Em 12 de julho de 1921, o jornal A Federação publica o convite para uma assembleia os acionistas para tratarem da liquidação da fábrica.

Tendo como sucessor, a partir de 1922, Luiz Ignácio Müssnich que havia se associado a Hans Wirz na construção da fábrica de Turbinas Hidráulicas H. Wirz & Cia., a quem foi vendendo sua parte e adquirindo mais ações da fábrica de cerveja.


No inicio de 1925 a Cervejaria lança uma cerveja stout com a marca Estrella.

Luís Inácio Müssnich, foi pioneiro em Estrela na perfuração de um poço artesiano, junto à fábrica de cerveja, executada em 21 de junho de 1925, numa profundidade de 207 metros. Não serviu apenas para a indústria da cerveja, fornecendo água para o Colégio Santo Antônio e a quem necessitava na época de estio.

Como sócio majoritário, a partir de 1927, assumiu a Cervejaria e alterou sua denominação para Fábrica de Cerveja Estrella, administrando-a até falecer em 11 de outubro de 1935.



Após seu falecimento, sua viúva Amália Ruschel Müssnich junto com as filhas passaram a administrar a cervejaria que passou a denominar-se Fábrica de Cerveja Estrela - Viúva Luiz I. Müssnich.

A fábrica de Cerveja Estrella produzia as cervejas: Estrela (Pilsen), Iris (Branca), Viva, Combate, Estrela tipo Bock, Creoulinha, Preta tipo München, Estrela Stout (pretas) e Zulu - a cerveja das senhoras (malzbier ?).

Alguns anos após a razão social foi modernizada sendo registrada como Cervejaria Estrêla - Viúva Luiz I. Muessnich (Müssnich).







Este cartaz de propaganda mostra bem a diversidade dos produtos da cervejaria nessa época.




O grande impulso no setor, no entanto, estava reservado para 1945, quando empresários santa-cruzenses adquiriram a Cervejaria Estrela, tradicional empreendimento do município estrelense, no Vale do Taquari, tendo como incentivador o Senhor Jean Hanquet Imigrante belga, radicado em Santa Cruz do Sul, que convidou para assumir a fábrica da Cervejaria Estrela S. A, o empresário, à beira da falência, Arnaldo José Diel, seu cunhado que veio residir em Estrela.
A fábrica permaneceu no local, onde chegou a gerar mais de 800 empregos. A sua administração, no entanto, passou a ser em Santa Cruz, na Rua Fernando Abott esquina com a Venâncio Aires, onde hoje se situa a loja Costaneira. No local, além dos escritórios, havia também um amplo depósito e centro de distribuição.
A mudança de comando trouxe uma alteração decisiva para o futuro do empreendimento. Neste ano a cervejaria passa a denominar-se Polar S/A – Indústria, comércio e agricultura, marca que acabou consagrada no Estado. Em sua edição de 15 de janeiro de 1946, a Gazeta publicou a ata de constituição da nova cervejaria, conforme assembleia de 25 de outubro de 1945. Edgar Gruendling foi eleito presidente.
O crescimento foi excepcional. Em 1945, ela produzia 609,2 mil garrafas. Três anos depois, em 1948 com a administração santa-cruzense, o número praticamente dobrou: 1,1 milhão de garrafas.










Em 1957, foi lançada ainda a cerveja Polar Chopp em garrafa ou barril e produzia, ainda, Guaraná Frisante, Água Estrela, Soda Laranja, Gasosa Cristal e Água Tônica.





Em dezembro de 1962, em Estrela, uma grande festa marcou os 50 anos da Cervejaria Estrela e, por consequência, de sua sucessora, a Polar. Na época, a Cervejaria comemorava a marca de 12,8 milhões de garrafas produzidas.
No ano do Jubileu de Ouro, 1962, a cervejaria de Estrela tinha como Gerente o Sr. Odilo A. Thomé, Assistente de Diretoria o Sr. Flávio Jaeger e Inspetores de vendas os Srs. Armindo Scheibe, Oscar Chaves Garcia e José Valeriano Moraes sob a administração Comercial de Arnaldo J. Diel.

A Cervejaria tinha como técnicos Petar e Dragutin Hirtenkauf, naturais de Mitrovica, Iugoslávia que depois de passar por inúmeras dificuldades durante a Guerra Mundial, da Alemanha estabeleceram-se em São. Paulo. Em 1950, mudaram-se para Estrela, indo trabalhar na Polar.

Neste ano de seu cinqüentenário (1962) além dos rótulos ganharem um novo logotipo com um elegante número 50 e o dístico "cinquentenário - 1912 - 1962" a empresa exibia comercial da cerveja marca “Casco Escuro” com o slogan: “Polar criou, a nação inteira consagrou” ou “A cerveja mais cerveja do Brasil”. Os impostos recolhidos pela cervejaria foram de CR$ 70.000,000,00 (setenta milhões de cruzeiros).





Em 31 de janeiro de 1969, a razão social de Polar S/A - Indústria, Comércio e Agricultura foi alterada para Cervejaria Polar S/A.




Foi a época áurea da produção, especialmente com o lançamento da Polar Export. O sucesso se deve aos técnicos, pai e filho, Petar e Dragutin Hirtenkauf. Nesta época a empresa procedeu a embarques para Ceará e Maranhão entre outros estados do Brasil




Em 1972 a Polar S/A, que empregava em torno de 800 cervejeiros, é adquirida pelo Grupo Antarctica Paulista e a partir desta data recebe grandes incentivos do município como doação de áreas de terras em 1973 e 1987.

Em 1995 triplica o lucro da Antarctica/Polar no Rio Grande do Sul chegando a R$ 46.853.000,00 (quarenta e seis milhões oitocentos e cinqüenta e três mil Reais). Neste ano os cervejeiros receberam participação nos lucros da empresa.

Em 1997 aprofunda o processo de reestruturação produtiva iniciado em 1992.

Em 02 de julho de 1999 eclode a notícia da Mega-Fusão das maiores cervejarias do Brasil, ou seja, Brahma e Antarctica, efetivada em 19 de abril de 2000 após aprovação do CADE.

A Companhia de Bebidas das Américas — detentora da marca da cerveja Polar — desmentiu, em 30 de maio de 2000, a venda da fábrica de Estrela, na época com 205 funcionários e a produção mensal média de 775 mil dúzias de garrafas.

Em 2001 a empresa fecha aos poucos em Estrela. Em 2002, ocorre demissão em massa de cervejeiros. Em maio de 2002, não tinha mais que 85 funcionários, apenas engarrafando a cerveja feita em Montenegro.

Em 20 de abril de 2006 a multinacional Ambev anunciou a desativação da fábrica de cervejas de Estrela.

Com aprovação unânime da Lei nº 4.548, de 18 de dezembro de 2007, o Legislativo autorizou o Executivo a efetuar a compra dos imóveis, pertencentes à Companhia de Bebidas das Américas (Ambev), que compunham o complexo onde funcionava a Cervejaria Polar pelo preço final de 1 milhão e 400 mil Reais em 36 parcelas.

A aquisição foi executada pela Prefeitura de Estrela em conjunto com o Grupo Conpasul. Conforme mensagem justificativa, na parte pertencente à Prefeitura de Estrela, a compra se dá com o intuito de permitir a abertura de vias públicas ali existentes, fechadas pela companhia com autorização da prefeitura por volta de 1973, utilizar a Estação de Tratamento com a finalidade de poder tratar o esgoto do Centro, Bairro Cristo Rei, Bairro Alto da Bronze e arredores; permitir o acesso à parte turística do Rio Taquari; proporcionar o uso das dependências da antiga indústria, além de centralizar os atendimentos criando um Centro Administrativo da Prefeitura. Na parte adquirida pelo Grupo Conpasul deve ser abrigada a empresa coligada Rhodoss.

As ruas foram reabertas em outubro de 2008.







4 comentários:

Anônimo disse...

FALTOU POSTAR O ROTULO DA POLAR EXPORT EM PAPEL ALUMINIO COM AQUELA AGUIA ,QUE FOI CRIADO PELO PROPRIO MESTRE CERVEJEIRO DRAGUTIN HIRTENKAUF

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
mutt disse...

Gostei de ler a historia dessa cervejaria. Valeu!

ayrton gaúcho disse...

Uma dúvida... até o lançamento da Casco Escuro, as garrafas eram brancas?

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