sábado, 31 de março de 2012

Cervejaria Orleanense




Por volta de 1890, em Santa Catarina, nos Campos Elísios, no local onde acabava de nascer a cidade de Orleans do Sul, no bairro hoje conhecido como Coloninha que na época era o centro da cidade, ao lado de onde funcionou por muito tempo a fábrica de móveis Zomer, surgia a primeira cervejaria da cidade.
O alemão Ignatz Brandl (Ignácio) que havia chegado ao Brasil há algum tempo com sua companheira Theresia Schambeck e seu enteado Albert Schambeck (Alberto), filho natural de Jacob Zahnweh e sua companheira, começou a fabricar a primeira cerveja de que se tem notícia em Orleans.

Resultado de puro artesanato, com boa dose de ingredientes e alguns modestos equipamentos era a cerveja consumida à moda alemã, na temperatura ambiente, estilo modificado pelo brasileiro para estupidamente gelada, mesmo no inverno. Ocorre que na época além de se copiar o estilo alemão também não existia gelo, surgido bem mais tarde. Conforme o livro de registro do armazém de Ignácio Brandl, uma garrafa custava 300$.
Seu enteado Albert Schambeck nasceu em Haag, Regensburg, Alemanha, em 27 de agosto de 1871. Na Alemanha sempre exerceu sua profissão de moleiro, sendo recomendado por sua dedicação e zelo à profissão. Por volta de 1900 retornou, conforme consta na sua carteira profissional, sozinho à Alemanha onde se casou com Maria Meisinger.

De posse de um documento militar concedendo-lhe licença de dois anos (entre 4 de julho de 1904 até julho de 1906) para a América do Norte, acabou voltando ao Brasil (não se sabe o motivo).

Em 1 de setembro de 1904, Albert Schambeck e Maria Meisinger Schambeck, partiram do porto de Hamburgo, Alemanha, no navio argentino Presidente Rocca, para o Brasil, trazendo seus filhos Alberto e João. Instalaram-se em Orleans e tiveram mais 9 filhos: Afonso, Maria, Thereza, Emma, Rosalina (Rosa), Hedwig (Ieta), Ignácio, Anselmo e Luiz.

Em Orleans, desde o início, residiu nos Campos Elísios, na casa de Ignácio Brandl, nesta casa desenvolveu suas atividades com armazém e hospedaria. Posteriormente, talvez por morte de Ignácio Brandl, assumiu o comando da Cervejaria que funcionou por muito tempo no local.
Sua mãe, Therezia, faleceu em 25 de abril de 1910, com 75 anos, havia nascido em 17 de abril de 1835.

Albert, após ter tido um hotel em Florianópolis e já morando em Lauro Müller – SC onde tinha um açougue, foi encontrado morto em sua cama, no dia 17 de dezembro de 1919, tendo como causa mortis Apoplexia Cerebral (Derrame Cerebral). Foi sepultado em Orleans. Deixou dez filho e o mais velho, Alberto, tinha apenas 18 anos.

O destino desta cervejaria é uma incógnita, mas por volta dos anos 20, o Sr. José Cechetto fabricou por muito tempo a Cerveja Centenário e sua firma era a Cervejaria Orleanense, a qual, conforme informações no próprio rótulo, tinha graduação alcoólica de 3,2%, isto é fraca para os bebedores de hoje.



sexta-feira, 23 de março de 2012

Fábrica de Cerveja Cachoeira / Gustavo Ehlke




Joachim Friedrich Ferdinand Ehlke, conhecido como Ferdinando ou Fernando veio para o Brasil juntamente com seu irmão Johann Wilhelm Friedrich Ehlke, o Fritz ou Frederico.de origem pomerana, isto é, os membros emigrados para o Brasil, vieram da Pomerânia, antiga Província da Prússia (Oriental), depois Alemanha unificada, e, atualmente território polonês após a segunda Grande Guerra Mundial.

Vieram com suas famílias pelo barco "Franklin", saído de Hamburgo, tendo chegado em São Francisco do Sul - SC, aos 05 de junho de 1863, com destino à Colônia Dona Francisca (Joinville atual), estabelecendo-se, inicialmente à Estrada Blumenau, núcleo de "Neudorf", em Joinville -SC, dedicando-se à Lavoura. A partir de 20 de maio de 1877 foi, durante muitos anos, professor contratado pela "Schulgemeinde der Blumenauer Strasse Neudorf" (Associação Escolar da Estrada Blumenau Neudorf).

Mais tarde transferiu-se para a Lapa - Pr, onde durante anos foi presidente da Comunidade Evangélica Luterana. Em setembro de 1906 mudou-se para Canoinhas - SC, onde já residia o seu filho Roberto.

Ferdinando nasceu em 9 de março de 1927, em Kamptz, Pomerânia (Prússia) e faleceu em Joinville - SC em 13 de janeiro de 1916, com 88 anos de idade, foi casado duas vezes, tendo ambas as esposas se chamado Karolina.

Para o Brasil, veio acompanhado da segunda esposa e 5 filhos do primeiro matrimônio ainda nascidos na Pomerânia: Franz Friedrich Wilhelm nascido em 1846, Auguste Ernestine Luise nascida em 1850, Hermann Ferdinand Theodor nascido em 1854, Anna Wilhelmine Emilie nascida em 1858 e Wilhelmine nascida em 1861.

Já instalados em Joinville, 18 dias após a chegada da família ao porto de São Francisco do Sul - SC, nasceu mais um filho: Gustav (Gustavo).

Posteriormente, Gustavo se estabeleceu no Paraná em uma área pertencente ao município de São João do Triunfo, originalmente um posto avançado, um local de pouso dos Bandeirantes que adentraram nossas matas para ocupar o sul do Brasil. Tendo sido um dos pioneiros fundadores de uma colônia que inicialmente recebeu a denominação de Porto de Santa Maria, por situar-se às margens do Rio Iguaçu; em 1890 passou a chamar-se Colônia Maria Augusta em homenagem a esposa do administrador do povoado, José Carvalho Sobrinho. É nesta época que chegam cerca de duas mil famílias polonesas lideradas por Sebastião Edmundo Saporski e se estabelecem em pequenas colônias rurais, a colônia passa a ser conhecida como Colônia São Matheus e finalmente, através da Lei Estadual nº 763 de 02 de abril de 1908 foi criado o Município de São Mateus do Sul e instalado oficialmente em 21 de setembro de 1908.
Neste Município, onde está instalada a Usina Industrial de Xisto da Petrobrás, que Gustavo fundou a sua fábrica de cerveja, foi a primeira do Município, a Fábrica de Cerveja Cachoeira.
Dedicou-se, também, ao comércio de compra e venda de erva mate. Foi casado com Rosa Weinhardt e em 25 de fevereiro de 1933 faleceu em São Mateus Sul – Pr, estando sepultado no Cemitério dos Imigrantes em Joinville, não tendo deixado filhos.